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RESUMO DAS COMUNICAÇÕES

 

The Translation of Transparency

"For this translator, the heart of Sophia's poetic genius is "nitidez." I will discuss the challenge involved in trying to translate into another language the clarity, simplicity, directness, and sharpness, the unadorned "nitidez," of her distinct and quietly powerful poetic style, a style modeled on the trembling, yet stark light she saw emanating from the Greece of antiquity and today."

Alexis Levitin

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Entre Orfeu e Odisseu: Negociações de género
e sexualidade no diálogo Sophia-Pessoa

"Partindo de uma leitura das duas máscaras míticas que a personagem transfigurada de Fernando Pessoa veste na poesia de Sophia de Mello Breyner Andresen (Orfeu e Odisseu/Ulisses), esta comunicação interrogará o funcionamento da diferença sexual no diálogo intertextual entre as obras e os sujeitos autorais dos dois poetas."

Anna Klobucka

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Sophia e a Grécia

"A Grécia é para Sophia a fonte que nos banha e nos limpa a alma."

António Osório

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Na Grécia com Sophia

"Antonio Tabucchi, bom conhecedor da cultura grega clássica, viajou muito pela Grécia, sobre a qual também escreveu muitos textos e alguns contos (Duo Elleniká Dieguímata, Agra, Atenas 2003).
Na sua comunicação, fala de uma viagem especial em que revisita alguns lugares celebrados por Sophia de Mello Breyner (Delfos, Templo de Poseidon, Cnossos, etc.), revendo-os à luz do sentido simbólico que os versos de Sophia lhes atribuíram"

Antonio Tabucchi

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Sophia e a dança do ser

"Pretendo analisar o modo como a poesia de Sophia testemunha a incessante busca que a metáfora da dança emblematiza; dança em que o ser “se perde e se desune e se reúne”, como se lê num poema de Dual. Pretendo igualmente ler o modo como se concretiza poeticamente o movimento implicado nessa dança, isto é, o modo como as tensões se manifestam na “respiração do poema”, na inscrição dos versos na página em que esplende a dicção clara, o “fio de linho da palavra.

Carlos Mendes de Sousa

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Sophia e Torga

"A relação de amizade entre Sophia de Mello Breyner Andresen e Miguel Torga, ao longo de várias décadas, teve expressão literária em diversos textos, e particularmente nas evocações e retratos que os dois autores nos deixaram nas suas obras. Esta comunicação incidirá sobre essas figurações, a partir de inéditos e de textos publicados."

Clara Rocha

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Sophia: cesteira e cesto

"Parto do titulo de um dos poemas de Sophia de Mello Breyner Andresen – “Esteira e cesto”, de O nome da coisas – para pensar o quanto a sua poética pode ser aproximada do trabalho de entrançar cestos e esteiras, considerando-se, com a poeta, que “no entrançar de cestos e de esteira” é “como se o tecedor a si próprio se tecesse”. A escrita do poema seria uma espécie de atividade em que se fundem o fazedor e a coisa feita, o artesanato e a alma, ou ainda, em que não se separam a mão e o pensamento. Sophia surge-nos, então, como cesteira e cesto, aquela que, fazendo algo fora de si, faz-se a si mesma. Seu artesanato, íntimo, lírico, não se desliga da prática nem de uma certa dimensão do que é útil, constituindo-se, a um só tempo, como estética e ética."

Eucanãa Ferraz

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Momentos de silêncio no fundo do jardim: a efabulação como poética na obra de Sophia de Mello Breyner Andresen

Na obra de Sophia de Mello Breyner Andresen é muito evidente a existência de
núcleos imagéticos fortes que não só relacionam os poemas e os contos entre
si como os projectam numa espécie de grande narrativa da criação,
fragmentária e elíptica, capaz de permitir finalmente vislumbrar “o nome
deste mundo dito por ele próprio” (“Arte poética V”).
Esta comunicação tenta observar um desses núcleos e a forma como, a partir
dele, se pode seguir um processo de efabulação que tanto se infiltra em
narrativas aparentemente conclusas em si mesmas (os chamados “contos para
crianças”) como pode gerar efeitos de uma poética alegórica inserta nos
poemas e por vezes mesmo explicitada, como acontece no texto donde foi
retirada a citação do título.

Fátima Freitas Morna

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O cântico da longa e vasta praia. Eco atlântico
em itinerário mediterrânico

"Nesta comunicação procurar‐se‐á esboçar os contornos de uma geofilosofia poética que coloca o mar como centro da reflexão ontológica e existencial."

Federico Bertolazzi

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Sophia com Pessoa na Grécia

"A comunicação visa estudar o diálogo de Sophia com Pessoa, definindo como ponto axial desse diálogo os poemas de Dual e de O Nome das Coisas, "Em Hydra, evocando Fernando Pessoa" e "Cíclades ( evocando Fernando Pessoa )"

Fernando J. B. Martinho

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O não-vivido na obra poética de Sophia

"No livro "Dual", encontramos uma das mais impressivas expressões reflexivas da obra de Sophia: "o tempo apaga tudo menos esse longo indelével rasto que o não-vivido deixa". A presente comunicação procura determinar o que significa o "não-vivido" na poética de Sophia e que reflexões a seu respeito encontramos de modo explícito ou implícito na sua poesia."

Frederico Lourenço

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E passa devagar memória antiga (Sophia, Primavera)

"La tradizione come patrimonio attivo che investe di una luce diversa la vasta fenomenologia cui diamo il nome di quotidianità. Sul sostrato di una immaginazione accesa dal referente culturale (per lo più letterario), Sophia crea una poesia capace di ridare senso a ciò che accade, o meglio, di aggiungere senso al senso sedimentato del mondo."

Giulia Lanciani

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Sophia (Ricardo Reis) e a forma humana

"Partindo de certas aparições bem conhecidas de Ricardo Reis na poesia de Sophia de Mello Breyner Andresen — por exemplo, a secção III do livro Dual — proponho-me explorar o nexo entre forma e corpo como ponto onde se articula (se enuncia, se enreda e se desdobra) uma poética que quer ser ao mesmo tempo uma crítica, uma ética, uma estética e uma erótica. Os poemas destacados serão assim postos a par de alguns textos em prosa, com particular relevo para o ensaio O Nu na Antiguidade Clássica, de 1975. A tentativa de suscitar “novas investigações” na leitura de Sophia traduz-se no reexame de uma retórica da forma inscrita transversalmente em todo o corpus da escritora, isto é, na releitura do formalismo como força simultânea de confinamento ou delimitação e de contacto, transmissão ou transbordamento. Corpo e nudez seriam, por hipótese a ensaiar, as figuras de acesso (em Sophia) à experiência do humano enquanto experiência só possível pela mediação e pela tensão da forma — o que marcaria o lugar fantasmático de Ricardo Reis como interlocutor e predecessor a ser constantemente reescrito."

Gustavo Rubim

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Sophia: casa branca em frente ao mar enorme

"Nunca soube destinguir entre Sophia e os seus poemas ou, parafraseando o verso que me serve de título, entre a casa branca e o mar em frente. Partindo desta convergência entre a pessoa que conheci e a poesia em que a reconheço, recordo alguns dos nossos encontros ao longo de mais de quatro décadas."

Helder Macedo

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Se nenhum amor pode ser perdido. Sophia e Camões

"Partindo de textos em que a ligação de Sophia a Camões é iniludível,
procurar-se-á compreender, desde logo, a leitura que Sophia faz da obra de Camões (que textos escolhe? O que privilegia? Que formas de relação – evocação, apropriação, transformação… - cultiva? Até que ponto se distingue de poetas seus contemporâneos?). Com base nesse trabalho, centrado num núcleo restrito de poemas, tentar-se-á alargar a atenção à obra dos dois autores. O propósito principal será perceber em que medida é pertinente e em que medida se torna revelador o estabelecimento de pontes entre ambos. "

Isabel Almeida

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La mitología como sistema referencial
en la poesía de Sophia de Mello Breyner Andresen

Jaime Siles

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A inscrição do exílio

"Num texto em homenagem a Sophia de Mello Breyner Andresen interessa ainda saber, no ciclo de poemas brasileiros e naqueles ligados à temática das descobertas marítimas, como discorre a proposta manifesta de uma poética solidária. Na visão da autora de O Nome das Coisas, o Brasil, e por extensão o Novo Mundo, é a desejada metade atlântica a conhecer. Dum lado, o seu ibero-europeu, Clássico, lê-se uma das mais comoventes biografias poéticas escritas em língua de Camões sobre o imaginário português dividido entre a terra e a água. Paradigmáticos desse modo de ser portuguesa e de estar em Portugal são os poemas “Pátria” e “Inscrição”. Do outro lado, lê-se uma apurada atenção ao que há de diferente na figura do que se lhe apresenta como o de fora, expressão, a um só tempo, similar e distinta de si mesma. Exemplares desse modo de ser sujeito de interlocução em língua portuguesa são o antológico “Poema de Helena Lanari” e o livro Navegações. Determinado o princípio de que existir é conhecer-se nos limites entre a vivência pessoal e a experiência cultural da escrita, a poesia de Sophia de Mello Breyner Andresen é uma extraordinária profissão-de-fé na palavra como instrumento ético de reconhecimento do passado (inscrito na memória e no presente da História) e como conhecimento da Poética, uma forma outra e revolucionária de reivindicação política. No fundo, há nesta proposição temática de leitura a vontade de falar de Pátria como um lugar de exílio, quer em termos de opressão à Cidadania, quer em termos de liberdade para a Poesia."

Jorge Fernandes da Silveira

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Sophia e a Felicidade

"Na poesia, nas cartas, nos contos, nas entrevistas, Sophia dizia a palavra “ felicidade”, dizendo com ela “uma fidelidade à imanência”. Uma fidelidade “traída pela civilização ocidental”: “o ser deixou de estar na phisis e passou a estar no logos”. Para Sophia, a felicidade não se procura, encontra-se. “ Irrecusável, nua e inteira”, está “no esplendor da presença das coisas”. Concreta, é “uma felicidade do mundo objectivo, sem a menor mancha de caso pessoal”. “Está no brilho do mar e no vermelho da maçã”, é encontro, revelação, epifania. É início e acordo.
Nesta comunicação, fala-se da felicidade na obra e na vida de Sophia, usando a atenção do leitor e uma memória pessoal de conhecimento."

José Manuel dos Santos

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Sophia e o Associativismo
de Escritores Portugueses

"Antes e depois do 25 de Abril de 1974, Sophia distinguiu-se entre os escritores que resistiram, primeiro, à extinção da SPE pela ditadura salazarista, e pugnaram pela sua reconstituição, o que só aconteceria em 1973 com a criação da APE. Da sua intervenção singular, com momentos da maior relevância, aqui se dará conta em contexto histórico e hermenêutico."

José Manuel Mendes

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Sobre Espólio e Poesia: Entre a Sombra e a Luz mais que pura

Nesta comunicação será abordada a relação entre documentação inédita encontrada no Espólio de SMBA e a própria obra editada. O espólio de Sophia traz, naturalmente, as marcas da vida, com todos os seus acidentes biográficos. São cadernos e folhas soltas com rascunhos e diferentes versões de vários tipos de textos, esboços de projectos, traduções; são cartas, agendas, diários de viagem, são impressos que documentam gestos de solidariedade e envolvimento cívico e político. Mas, para além de tudo isto, o espólio traz a marca vincada daquela procura obstinada da palavra “exacta”, como ela própria dizia, que no poema encontrou a sua forma mais resistente e secreta, mais clara e eficaz. Traz o rasto e a história da sua tentativa. Encontramo-la na quantidade de manuscritos sem título, não datados, em muitos casos com a aparência de fragmentos de outros textos maiores; nas várias versões de poemas que viríamos a conhecer publicados; nos cortes, hesitações, emendas, nos inéditos. De tudo isto, centrar-me-ei nas coisas que mais me tocaram; na luz que trazem informação sobre os pontos cardeais em que poesia e biografia se tocam e na iluminação que daí recai sobre o todo da obra, mesmo que algumas sombras sejam, por último, indissolúveis.

La réception de Sophie en France
– Hommage à Joaquim Vital

"Parmi tous les poètes portugais traduits en France, Sophia peut être considérée comme la plus aisée à traduire, ses “lignes claires” trouvant la plupart du temps des équivalents directs en français. Sophia a commencé à être traduite en France en 1980, aux éditions de La Différence. Joaquim Vital, son directeur, fut le grand artisan de sa divulgation. Huit autres livres ont suivi (ainsi qu’une anthologie poétique aux éditions de L’Escampette). Elle a aujourd’hui trouvé son public francophone, mais elle reste davantage connue pour sa prose..."

Michel Chandeigne

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Poesia Exemplar

"Se o mito é uma narrativa exemplar e um modelo que prescreve a apreciação da acção humana e o regime da cidade que identifica, a poesia exemplar de Sophia, é a criação sem modelo que nos propõe como exemplo a seguir, ou seja, a continuar. A sua ruptura com o mito salvaguarda e reitera a potência criadora da imaginação mítica, libertando-a da fixação e da ocultação que o “terror das origens” lhe impunha. O exemplo não é aqui o de um roteiro de viagem segura, mas o daqueles que “navegavam sem o mapa que faziam”."

Miguel Serras Pereira

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Luz e desenho na poética de Sophia.

"A poesia constrói-se sobre uma imagem calculada e enquadrada no discurso poético por uma relação entre o som que as palavras produzem e o desenho que as recorta no universo poético com o rigor de uma luz que as acompanha no momento da escrita."

Nuno Júdice

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Nunca nada é inventado – Sophia e a casa do Campo Alegre

Sophia de Mello Breyner Andresen passou a infância entre duas casas do Campo Alegre, no Porto: a dos pais e a dos avós. A memória da casa e dos jardins sobranceiros à foz do Douro surge com força impressiva na sua obra, tanto na poesia como na narrativa, à semelhança do que se lê em O mundo à minha procura (volume I) de seu primo Ruben A. O descritivismo e o visualismo tornam presente esse mundo, transfigurando o interior e o exterior da casa primordial em espaços míticos, como a própria Sophia assinalou em diversos textos. Trata-se aqui de estabelecer um percurso entre poemas, prefácios, artes poéticas e fragmentos de teor autobiográfico que permitam confirmar a presença obsidiante da casa do Campo Alegre na obra da Autora.

Paula Morão

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A face nocturna

"Procurará encontrar em Sophia, para lá dos deuses solares, uma versão violenta e tenebrosa do divino. Trata-se, pois, de desafiar o mito nietzschiano da criação apolínea, lendo Sophia a partir do excesso e do caos."

Pedro Eiras

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Cantar, contar, reinventar a Arcádia

"Normalmente, associa-se o nome de Sophia de Mello Breyner Andresen com a
poesia lírica, e mais concretamente, com a (ou com uma) poesia lírica
“clássica”, nas duas direcções oportunamente lembradas por Silvina Rodrigues
Lopes: “É clássica nos dois sentidos que habitualmente damos a esta palavra:
o de relação com a civilização grega ou romana ou com os seus renascimentos
na história; o de algo que se substrai às variações epocais do gosto e que
persiste numa disponibilidade independente dos movimentos de inovação de que
se torna contemporâneo”. Não esquecidos, mas sim relegados a um patamar
inferior (questão de hierarquias canônicas), vão ficando outros territórios
da escrita frequentados –sempre dentro do espaço comum da poesia- pela
autora: a tradução, o ensaio, as narrativas e os chamados “contos para
crianças”. A estes últimos, e aos vasos comunicantes entre eles e o resto da
obra poliédrica da autora, vai dirigido o olhar que atravessa os sentidos da
presente comunicação."

Perfecto Cuadrado

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Ó noite, em ti me deixo anoitecer.
Encanto e sonho da Noite na poesia de Sophia.

"O tema da noite, desde os primórdios da poesia escrita, seduziu nos aspectos mais variados a visão dos poetas e dos seus próprios leitores. É suficiente pensar no Omero, Vírgilio, Dante, Camões, Shakeaspeare, Novalis, Leopardi, Pessoa – só para lembrarmos uns dos nomes mais importantes e ilustres dos cantores da noite.
Mas, enquanto alguns deles veiculam só uma imagem esplêndida ou sombria, externa e exterior, e não um sentimento que seja um eco dos seus sentimentos; imagem, às vezes, de extraordinária beleza, mas que não estabelece uma relação, uma comunhão ou uma oposição de sentimentos e de sensações entre a noite e quem a descreve; outros, pelo contrário, vêem nela uma presença empática ou hostil. De qualquer modo, uma presença interior ou interiorizada, vendo reflexos na noite os próprios sentimentos: cantam, em suma, uma noite talvéz invisível aos demais, mas viva, amiúde tragicamente viva, no seu coração. Não um espectáculo ou um pano de fundo, portanto, mas uma criatura viva e partícipe.
Assim, a noite exterior e a noite interior monstram-se como os dois grandes arquétipos verdadeiros, os dois grandes opostos, que desde sempre inundaram a poesia de todas as latitudes, de cada landa habitada pelas “umane genti”.
A poesia de Sophia, como a de Pessoa, imbuida das sugestões da noite, atravessada pela fascinação da grande Mai-Noite, a qual se propõe como companheira comovida e partícipe dos seus sentimentos, ecoando os motos da alma mais profundos, é inscritível neste segundo grupo.
Mas, enquanto em Pessoa, entre o eu poético e a Noite entrelaça-se uma relação intensa e dialogal, feita de invocações, de imagens de encantamento, vistas pelos olhos da alma; em Sophia, a Noite com a sua beleza doce e malincónica ganha um sentido envolvente e profundo de metáfora da infância, quase metonímia da própria infância, daquele estado de maravilha e inocência inefáveis, com que na primeira idade se olha para o mundo, corando-o com as cores eufóricas da esperança e da promessa.
Com este trabalho, portanto, depois de um rápido excursus histórico-literário no tema da noite, no seu diferenciar-se multiforme, intende-se focar significado e valores estetícos que a noite assume no discurso poético da Sophia."

Piero Ceccucci

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Uma Cruz em Creta: a salvação sophiana

"Partindo de uma análise do poema «Ressurgiremos» (do Livro Sexto), proponho examinar a natureza e o lugar da religiosidade no universo poético de Sophia de Mello Breyner. Interessa-me, sobretudo, a convivência nele de um sentimento pagão com a fé cristã."

Richard Zenith

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Imagem e som no mundo de Sophia

"A prevalência da visualidade na construção do mundo de Sophia de Mello Breyner Andresen parece inquestionável. E no entanto, ao nível do verso, poucos poetas terão retirado tantas consequências da relação entre o som e o sentido. É sobre esta (aparente) contradição que me proponho reflectir."

Rosa Maria Martelo

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Reparar brechas: uma possível relação
entre Sophia de Mello Breyner Andresen e Adília Lopes

"As obras poéticas de Sophia de Mello Breyner Andresen e de Adília Lopes refletem sobre o que é a poesia e, ao fazê-lo, procuram uma solução para um problema legado pela modernidade: como conciliar a liberdade da arte com uma função social? No esforço de superar o abismo que vem dos modernos, apresentam surpreendentes pontos de contato. Procurar-se-á estudar pontos de aproximação entre as duas autoras, sem deixar de examinar as significativas diferenças entre elas, em geral associadas à própria história da poesia no
século XX."

Sofia de Sousa Silva

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Traduzir com Música e Paixão

"Nas notas escritas por Sophia Mello-Breyner a propósito da tradução de
Hamlet, que a ocupou ao longo de anos, revelam-se alguns aspectos essenciais do modo como ela lê o poeta inglês, ou de como a escrita de Shakespeare provoca e inspira a sua própria escrita. No comentário a alguns exemplos de tradução que me parecem reflectir uma continuidade mais aparente com essas notas e poder servir, portanto, de emblema para um estilo, procuro
acompanhar o percurso de um texto ao outro através da percepção das ideias e
impulsos poéticos que o orientaram, alimentados pela inter-motivação de som
e sentido, por um lado, e por outro, pela qualidade teatral do texto."